sexta-feira, 15 de maio de 2015

Cook for the future: cinema, jantar e ação social

A Gastromotiva e a KitchenAid uniram-se novamente e promovem neste mês de Maio, em São Paulo, a segunda edição do projeto "Cook for the future".

Entre os dias 25 e 31 de maio acontece um foof film festival, no Cinépolis do Shopping JK Iguatemi. As sessões de cinema levarão às telonas Ratatouille, Julie&Julia, Estômago, Chef, Soul Kitchen, entre outros.


Os ingressos, que contemplam além do filme uma refeição, custam entre R$65, com "lunchbox", e R$184, com menu completo. Entre os restaurantes participantes estão Ici Brasserie, Brasil a Gosto, Mocotó e Torero Valese. Confira a programação completa no site do evento.

O valor arrecadado será repassado à Gastromotiva para a formação de novas turmas do curso de Capacitação em Cozinha e Salão.

Compre ingressos pelo site: https://foodpass.com.br.

quarta-feira, 13 de maio de 2015

terapia

O problema era claro. Não se sentia feliz. "Será depressão, doutor?" Ele garantia que não. Mas o que então que a deixava sem forças, sem energia, sem vontade de levantar? Aonde teria perdido o tesão de cozinhar, o desejo de fazer compras no mercado toda semana? Onde estaria a energia que tinha antes? "Abstinência", o médico cravou. "Você está comendo mal."



Mas não estava. Tinha certeza que não. Descreveu com detalhes as refeições dos últimos dois ou três anos. Salada todo dia, muitos grãos, soja, grão de bico, feijão. Arroz, só do integral. Queijos brancos, tofu, pouco óleo, fritura nunca, quando muito um azeite. Não colocava sal extra em nada, evitava os doces, não tomava mais tanto café - um expresso por dia era só! - e cuidava para fazer as melhores opções. Carne vermelha uma vez na semana, sempre que possível peixe, massas integrais, legumes frescos e cozidos. Pequenas porções, lanchinhos saudáveis de 3h em 3h, até iogurte, que odiava, estava no cardápio diário.

Escolhia a dedo os melhores restaurantes por kilo do bairro, onde pudesse achar grande variedade de verdes e uma proteína magra. Sem gastar muito, claro, comer saudável era um assalto, ainda mais nesse bairro recheado de escritórios. Falando em recheado, não comia Bono há seculos, havia trocado por cookies integrais com fibras. E água de coco! Muita!

"Taí. Seu tratamento vai ser mais simples do que parece." Ela não acreditava. Finalmente, graças a deus, amém tinha encontrado alguém que a entendia. Mas em vez de uma receita médica com dois ou três nomes para serem comprados na farmácia mais próxima, o médico sacou da gaveta um Guia Michelin.

Sabia que parte do tratamento ela já devia ter em casa: livros e livros de gastronomia e receitas. Faltava então dar um caminho, talvez ela não se lembrasse mais como fazer roteiros. "Saia para comer. Em bons lugares, ressaltou. Se não for assim, não vai funcionar. Esqueça o kilo e o PF vagabundo. Vá comer batatas fritas, o melhor hambúrguer da cidade, o croque monsieur do Ici, o picadinho do bar. Faça um concurso pessoal do melhor sorvete de doce de leite. Vá aos restaurantes que servem comida estrangeira e mate a saudade das melhores viagens que já fez. Esse fim de semana você tem que começar indo ao Mercadão e escolhendo algo bem incrível para cozinhar. Faça isso todos os fins de semana. E o mais importante: coma, todos os dias, algo que a faça feliz. Pode escolher."

Profiteroles. A cura estava perto.